sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Agés >> Rabé de la Calzada



Agés >> Rabé de la Calzada

Quando os sinos da igreja de Agés deram seis badaladas já estávamos a quase 1km dalí, caminhando em direção a Burgos. Os vilarejos são bastante próximos uns dos outros, o que propicia contínuas descobertas. Atingimos a cidade de Burgos pouco depois das 9 horas. No entanto para a sua travessia, foram gastos mais de 2 horas, num centro apertado e de longas avenidas para que pudéssemos atingir o outro limite da cidade. Resolvemos seguir até a próxima cidade, Villalbila, 7 kms a frente, cujo albergue encontrava-se fechado. À frente, Tardajos, com o albergue completamente tomado de peregrinos. Não restava outra alternativa a não ser seguir até Rabé de La Calzada, mais 2 kms a frente, sob um inclemente sol, passos lentos e miúdos e para só alí então, 35 kms depois da partida, instalarmos no aconchegante albergue "Liberas Domine" da proprietária e hospitaleira Clementina.
Talvez tenha sido o excessivo tempo percorrendo Burgos e toda a sua agitação, mais o sol escaldante das 4 horas finais da caminhada é que este tenha sido apenas um estafante exercício fisico.
Este decreto duraria somente 1 hora, pois às 5 da tarde, eu me postava no pátio frontal quando o capelão abre as pesadas portas da "Iglesia de Santa Marina" que embora tenha sofrido modificações, está ali desde o séc.X. Sentei-me solitariamente num dos bancos de madeira. Uma pequena luminosidade filtrava pelos pequenos vitrais. Paredes de pedras toscas e escuras. Uma penumbra e silêncio absoluto. De mãos apoiando a cabeça, o único som que se ouvia era a marcação metálica dos segundos do relógio. Por instantes que não sei precisar, orei uma oração que não tinha versos, não tinhas palavras.

Era uma oração.

E ASSIM VAMOS CAMINHANDO!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário