domingo, 5 de setembro de 2010

Castrojeriz >> Vilarmentero de Campo - 04.09.2010


Castrojeriz >> Vilarmentero de Campo

Meus planos não eram estes. Mas esta noite dormiria acompanhado, ou melhor, foi uma noite insone, entre tapas e arranhões e tudo no mais absoluto silêncio e discrição, afinal esta é a regra básica de convivência num ambiente repleto de peregrinos. As manchas de sangue no surrado lençol denunciavam o que fora a noite. Exausto, levantei-me às 5:20h e só assim me livrei desses percevejos filhos-da-puta. Domingos que dormia ao lado acredita que tenha sido um destes que capturou em suas vestes e exterminou-o impiedosamente com um pisão de 80 e poucos quilos. Exageros à parte, a proliferação deste inseto é um dos principais problemas do Caminho em razão do asseio parcimonioso do peregrino (me livrem dessa) e dos albergues, agravado ainda pela alta rotatividade nesse meio.
Restabelecido do incidente que é quase um acidente pelas marcas deixadas pelas picadas, partimos, como de costume, as 6h da manhã em direção à Frómista. Logo à saída de Castrojeriz, o Monte Mostelares é o primeiro desafio a ser vencido numa subida que duraria 30 minutos e sugaria muito oxigênio dos peregrinos. Dalí prá frente o trajeto é plano e ziguezagueando circunda as montanhas até aproximar-se de Frómista. Havíamos caminhado 25km e resolvemos seguir em frente, agora num traçado paralelo à rodovia, porém nessa hora, maçante, cansativo e ensolarado. Às 3 da tarde, chegamos ao vilarejo de Vilarmentero de Campos, cujo albergue encontra-se logo à entrada do povoado de tão somente 13 habitantes. Contando com os brasileiros e mais alguns que chegaram, dobramos a população da cidade, fato no mínimo engraçado.
O albergue também difere bastante dos outros que até então conhecíamos. Uma suiça e uma alemã são as hospitaleiras, aliás bastante atenciosas, e para melhor definição, parece que andam no mundo da lua. O botequineiro que atende anéxo ao albergue é um sujeito alto, barbudo, cabelo rastafari. Música ambiente: só rola "reggae". Quadros na parede: Bob Marley. Não há serviços de internet. Dizem que basta conversar com as estrelas...
E ASSIM VAMOS CAMINHANDO...

4 comentários:

  1. Que noite hein Rô!Não sabia da existencia desses bichos por ai.... e doeu muito? Parabens pelos 50% já realizados. Pelo que sinto todos estão determinados e levando o percurso dentro da normalidade. Voltei há pouco do casamento do Tico com a Carol em Foz. Estava muito bom. Encontrei o Joel que mandou muitos abraços e vai entrar no blog para dar notícias. Nós estamos tods bem e até cozinhando, fiz arroz e o Con fez strogonof. Ficou bom, mas a qualidade caiu.... só você para fazer muito melhor! Tbem estamos enfrentando alguns desafios sem a tua presença!. Bjs

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  2. Oii paiii.. que saudade!
    Penso em vc todos os dias, vc faz uma falta imensa.
    Estou muito feliz com o seu desempenho, orgulhosa e percebo na sua voz a paz que reina dentro de ti.
    Não vejo a hora de te reencontrar.
    Beijo, amo você.

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  3. Pai, sou eu de novo...
    Estamos aqui num churrasquinho na casa de seu afilhado tão querido, Carlos Henrique.
    Tem gente aqui querendo deixar um recado pra vc, e aí vai:

    Robertinho,estamos torcendo pra q vc volte logo, cheio de historias para contar... Tomar akela dose gostosa e degustar akelas suas jantas MARAVILHOSAS!!!!
    Um grande abraco...
    Nícolas e Luciana Auer

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  4. oi paiii
    tudo bem aí?
    podia ter me levado praí tirar umas fotos né bixo.
    entao é isso, obrigado por ter ligado viu, é sempre bom falar com vc.
    sinto saudade
    te amo
    beijos e abraçoooos

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